Discutir “igualdade de género” remete-nos às instituições sociais e às relações ali estabelecidas, que no seu conjunto, constroem conceções sobre o feminino e masculino. Estas são produzidas e reproduzidas de modos distintos, tendo como referência as diferenças sexuais, que geram representações discursivas e visuais particulares, possibilidades de ser e estar, bem como atribuições sociais, estabelecidas antes mesmo do nascimento. Nesse sentido, os estudos de género possibilitam compreender que masculinidades e feminilidades são construções históricas e culturais e, por isso, representadas socialmente de maneira variada e de acordo, também, com o local, espaço e tempo. Logo, tal entendimento ajuda a desnaturalizar estereótipos, discriminações e, sobretudo, violências de género, em alguns casos, perpetradas à luz de argumentos biológicos.
Nesse sentido, o debate sobre “igualdade de género” nos convida a repensar processos de socialização, mas, sobremodo, promover mudanças significativas no modo como nos construímos como cidadãos/ãs. Ademais, aponta para a urgência da adoção da transversalidade de género nas políticas sociais, pois estamos a falar de acessos equânimes para todas/os.