O que ser quando for grande?
5 anos. Foi quanto tempo durou a minha relação com o ISMAI. Tinha 17 anos quando entrei nesta Instituição. E tinha medo. O meu futuro estava ali – em quem me iria tornar, o que iria fazer, será que tinha escolhido o curso certo? Com 17 anos é-nos pedido que decidamos o que queremos fazer quando formos grandes. Para sempre. Como ia eu saber o que iria ser para sempre se nem tinha certezas que aquele era o curso certo para mim?
Optei pelas Relações Públicas.
Sim, RP e não, não de discotecas. Afinal gostava de pessoas, gostava de comunicar – talvez demasiado – e queria ser útil. Queria fazer alguma coisa que significasse algo para alguém, que tivesse impacto. Findado o curso, com 20 anos, o medo era maior do que quando tinha entrado: chegava a hora de partir para o mercado de trabalho. Era aquele o momento pelo qual tinha estudado 3 anos. Mas havia também certezas. Certeza que gostava mesmo de lidar com pessoas. De as perceber. De as interpretar.
Durante estes 3 anos recebi constante feedback dos professores relativamente às minhas áreas de melhoria e aos meus pontos fortes. Através desse feedback fui direccionada para o mestrado daquela que viria a ser a minha profissão – Gestão Estratégica de Recursos Humanos. Desta vez não havia medo. Havia certezas. A certeza de que aquela era a área com a qual me identificava. A certeza que como Técnica de Recursos Humanos podia ter algum impacto. Podia recrutar pessoas, podia diminuir a taxa de desemprego. Podia fazer a minha parte para mudar alguma coisa, qualquer coisa, por mais pequenina que fosse. Nunca fui uma aluna de média 20, se é essa a ideia que tu, que estás a ler o meu testemunho, estás a pensar. Mas pela primeira vez não me sentia perdida, pela primeira vez bebia as palavras que os meus professores diziam. Queria saber tudo sobre riscos psicossociais. O professor João Paulo Pereira fez questão de me responder a todas as questões. Queria saber tudo sobre Recursos Humanos. Os professores Célio Sousa e Sebastião Teixeira tiveram a paciência que outros não teriam para nos explicar tudo o que sabiam, tudo o que haviam aprendido durante a sua carreira. Aprender a avaliar as pessoas. Aprendemos a avaliar sendo avaliados pelo Professor João Carvalho.
Adorei. Adorei as aulas, adorei a boa disposição dos professores desta Instituição. Sou quem sou pelos bons e pelos maus momentos, pelas pessoas que conheci e pelas experiências que vivi. Sou o que sou em parte devido aos 5 anos que passei no ISMAI.
Existe uma frase de Confúcio que nos foi dita constantemente durante o mestrado que me acompanha todos os dias e que não posso deixar de partilhar com vocês:
“Escolhe um trabalho de que gostes, e não terás de trabalhar um único dia da tua vida.”
Hoje sou grande e sou feliz. Sou Técnica de Recursos Humanos.